O primitivo dragão medieval era quadrúpede e verde, a mística cor das fadas e dos duendes, e também do deus Osiris, que julgava os mortos e lhes dava uma nova vida, na iconografia egípcia.
Quando ganhou as asas de morcego que a superstição medieval acrescentou, mudou para as cores castanha ou negra da terra, ou mesmo para a cor vermelha que figura na bandeira do País de Gales, remontando aos tempos dos ancestrais Tudor.
A figura inicial do mitológico dragão foi inspirada na da serpente, mantendo esta configuração nas primeiras representações inspiradas na tradição indiana e budista. Evoluiu com a inspiração artística do Oriente que lhe deu duas (ou quatro) patas de tigre, além de outras partes do corpo de vários animais completando o número ideal de nove: cabeça de camelo, cornos de veado, orelhas de boi, olhos de lebre, barriga de sapo, escamas de carpa e garras de falcão.
O mito medieval mais divulgado foi o de S. Jorge, adoptado pela Cavalaria como símbolo dos obstáculos a vencer, criando a hostilidade entre o Homem e o Dragão. Porém, contradizendo este simbolismo, existe na Igreja de S. João Baptista, em Tomar, um tríptico de autor flamengo do séc. XVI, em uma das portadas mostra S. João Evangelista segurando o cálice com um pequeno dragão alado saindo dele.
Também na actual cinematografia encontramos o dragão medieval. Em 2004, o filme "Em Busca do Dragão" foi realizado na Rússia por Tom Reeve, autor da história que remonta aos tempos das Cruzadas, decorrendo a acção num Reino do Norte, com o cavaleiro George procurando a bela princesa Luna.